Provas digitais como mensagens de e-mail, vestígios de visitas a
sites e registros de chamadas no telefone celular agora permeiam
muitos casos de divórcio. Amantes confiscam BlackBerries.
Maridos e esposas desconfiados vasculham as contas de e-mail do
parceiro. Instalam software de vigilância no computador da
família, algumas vezes descobrindo traições chocantes.
Os advogados costumam fazer o que for preciso para
descobrir cada bit de dados privados do adversário do cliente,
muitas vezes contratando detetives com sofisticadas ferramentas
digitais forenses capazes de monitorar os computadores da casa.
"Em quase todos os casos agora existe algum
tipo de prova eletrônica, seja pequena ou decisiva", disse
Gaetano Ferro, presidente da Associação Americana de Advogados
Especializados em Casamentos, que também organiza seminários
sobre a coleta de provas eletrônicas. "Isso modificou
completamente a nossa área".
Os defensores da privacidade demonstram crescente
preocupação com o fato de haver ferramentas digitais a serviço
de governos e poderosas corporações que se tornaram capazes de
se intrometer na vida das pessoas de uma forma sem precedentes.
Contudo, os verdadeiros bisbilhoteiros quase sempre estão ou
estiveram sob o mesmo teto.
"O Google e o Yahoo podem até saber tudo, mas
na verdade não se importam com o que você faz", disse
Jacalyn F. Barnett, advogada de Manhattan especializada em
divórcios. "Não há quem mais se importe com as coisas que
você faz do que a pessoa que era casada com você".
Batalha
A maioria dessas histórias não tem um desfecho amigável. No
início deste ano, um consultor em tecnologia da região da
Filadélfia, que preferiu não ter a identidade revelada por ter
um filho adolescente, suspeitou que a esposa estivesse tendo um
caso. Em vez de confrontá-la, o marido instalou um programa de
US$ 49 (R$ 93) chamado PC Pandora no computador dela, um laptop
que ele havia comprado.
O programa secretamente fazia capturas de tela do
computador da esposa a cada 15 segundos e as enviava por e-mail
para ele. Em pouco tempo, ele obteve uma lista completa dos
sites que ela visitava e das mensagens instantâneas que ela
estava enviando. Como o programa capturava as senhas que ela
usava, o marido também conseguiu acessar e imprimir todas as
mensagens de e-mail que a esposa havia recebido e enviado no ano
anterior.
As descobertas puseram fim ao casamento. Durante
11 meses, como ele conta, ela estava saindo com outro homem, o
pai de um dos colegas de escola do filho. O marido contou que
eles não só estavam marcando encontros, mas também publicando
fotos explícitas deles mesmos na web e anunciando interesse em
manter sexo com outros casais.
O marido, que assim como outras pessoas citadas
neste artigo, foi encontrado por meio de advogados, contou que
não foi fácil decidir invadir a privacidade da esposa. "Se
eu te dissesse que tenho minha consciência limpa e ética em
relação ao que fiz, eu estaria mentindo", admitiu ele. Mas
ele também mencionou o caso de empresas que possuem políticas de
internet que lhe concedem o direito de ler os e-mails de
funcionários. "Quando você está em um relacionamento como
um casamento, que é emocional, mas também é, sejamos francos, um
negócio, acho que você pode encarar a questão da mesma
maneira", disse ele.
Do 'New York Times
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL106784-6174,00-TRAICAO+FAZ+VITIMA+VASCULHAR+WEB+E+CELULARES.html
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL106784-6174,00-TRAICAO+FAZ+VITIMA+VASCULHAR+WEB+E+CELULARES.html
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