sexta-feira, 15 de junho de 2012

O reclamante duplamente pelado: sem roupa e sem grana




Trabalhador de um município gaúcho é vitorioso em ação trabalhista, mas o reclamado usa de recursos que protelam o desfecho por vários anos, até que na execução, são depositados cerca de R$ 20 mil. O advogado recebe o alvará, manda correspondência para o cliente informando, e marca data para entrega dos valores, já descontados os justos honorários.

 - "Gostaria de receber em dinheiro e não em cheque, porque não tenho conta bancária" - pede o reclamante, por telefone, na véspera.No dia marcado, 11 e meia da manhã, é feita a entrega do dinheiro ao cliente, com a recomendação de que fizesse bom uso.  
Com o dinheiro em mãos, o personagem começa realizando um de seus sonhos: vai a um dos bem freqüentados restaurantes da cidade. 


*  *  *  *  *Às 3 da tarde, muito assustado, vestindo outra roupa (precária - dava para perceber) o cliente retorna ao escritório e nervosamente desabafa à secretária:- Fui roubado. Levaram todo meu dinheiro.

O advogado é chamado, manda passar o cliente, a quem pede que se acalme e conte os detalhes.
- Depois que recebi o dinheiro, fui almoçar e, na hora de pagar a conta, tirei todo aquele bolo do bolso e paguei no caixa. 
Na saída veio uma moça bonita. Disse que achava que me conhecia. Falou que me achava simpático e que ela estava muito carente. 
E me convidou para ir em um hotel perto, pra gente conversar mais intimamente.  - E aí? - interessa-se, preocupado, o advogado.  

O cliente puxa fôlego:- Chegamos no quarto, demos uns amassos, eu comecei a ficar suado. 

A moça pediu que eu tirasse a roupa e de imediato falou para que eu fosse no banheiro tomar uma ducha. Chegou a pedir que eu caprichasse no banho e voltasse bem cheiroso pra ela... 

Nesse ponto, o relato é interrompido por choro. 

O advogado pede que a secretária traga um copo d´água e anima o cliente a prosseguir.
 - E daí, o que aconteceu depois?  - Depois de tomar a ducha, abri a porta do banheiro. 

Mas no quarto não tinha nem a moça, nem minhas roupas, nem meu dinheiro. 

Ela levou tudo, até meus sapatos, e me deixou só as meias. 

Chamei o pessoal do hotel, contei o caso, ficaram com pena de mim e conseguiram estas roupas usadas para que eu voltasse aqui.

O homem pede, então, ao advogado, apenas o dinheiro da passagem para voltar à sua pequena cidade, no entorno da cidade grande. 

O profissional condoído ainda acompanha o cliente a uma loja de departamentos, onde compra peças de roupa.  

O cliente agradece, vai embora, e nunca mais volta. O advogado até hoje tem uma dúvida: o que o homem terá contado para sua esposa?

Fonte: www.espacovital.com.br, em 15/06/2012.

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